segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Arte Brasileira no Exterior

vArte Brasileira no Exterior
Entre os dias 3 e 18 de fevereiro, o país será homenageado em uma das mais importantes feiras de artes visuais do mundo. A Arco 2008 receberá uma enxurrada de obras em diferentes suportes, que ocuparão um pavilhão de mil metros quadrados, entre os dias 13 e 18 de fevereiro, em Madri.

Jornal do Brasil

A Arco é uma feira com fins comerciais, mas também atrai admiradores das artes plásticas. É uma ótima vitrine para a produção nacional, principalmente para aqueles artistas que ainda não têm reconhecimento no exterior - diz Moacir dos Anjos, responsável pela curadoria da mostra, junto com Paulo Sergio Duarte.

O projeto é uma realização do Ministério da Cultura, que destinou R$ 2,6 milhões para o traslado das obras e uma ajuda de custo para despesas de infra-estrutura para a mão-de-obra responsável pela montagem. Partiu também do grupo de trabalho governamental a escolha dos curadores responsáveis pela seleção de 108 artistas e de 32 galerias de todo o Brasil. Estarão em Madri representantes de São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Curitiba e Porto Alegre.

Fizemos o caminho inverso de alguns curadores que já passaram pela Arco. Optamos por escolher primeiro os artistas e, a partir daí, decidimos as galerias que os representariam. Assim é mais justo, mostramos o criador do produto principal. Também demos oportunidade às galerias de fora do eixo Rio-São Paulo - observa Moacir.

Burocracia atrapalha

O Brasil não estará representado na Espanha apenas pelos artistas e galerias que vão para Arco. Paralelamente à feira, ocorrerão uma série de eventos que apresentam outros elementos da cultura nacional. Além do acordo com a organização do evento, o Ministério da Cultura estabeleceu relações com outras instituições espanholas para o patrocínio de exposições em museus e também para a realização de mostras de cinema.

A escolha do Brasil como país homenageado abriu a possibilidade de aprofundar as relações com empresas da Europa - conta Paulo Brum, coordenador-geral do MinC para a Arco 2008. - O objetivo é conseguir apoio estrangeiro para o desenvolvimento da cultura brasileira fora do país.
Para Moacir dos Anjos, o envolvimento do MinC é benéfico para o desenvolvimento da atividade no país.

Acredito que a partir desse projeto sejam revistas algumas leis e regulamentações que atravancam um pouco a disseminação internacional das artes visuais brasileiras - torce o curador.

As leis e regulamentações relacionadas às exportações de obras de arte a que Moacir se refere também afligem as galerias que já possuem alguma projeção internacional. Para Mercedes Viegas esses trâmites burocráticos são obstáculos difíceis de transpor.

A burocracia para levar uma obra para feiras internacionais é enorme. As leis para tirar uma peça do país são erradas e nos impedem de divulgar mais o trabalho lá fora. Uma nova regulamentação ajudaria bastante - ressalta a galerista, que levará três artistas que representa para Madri: Angelo Venosa, Ana Holk e Eduardo Coimbra.

Não é só a burocracia para tirar as obras do Brasil que atrapalha os galeristas. Marcio Botner, da A gentil carioca, que estará na feira com dois estandes, aponta outros contratempos no projeto.

Tive vários problemas, o principal deles com a disposição dos estandes - reclama Botner, que também pede uma revisão das ações para exportação de obras de arte.

Galeristas protestam

Para administrar os recursos disponibilizados pelo MinC o órgão firmou parceria com a Fundação Athos Bulcão que, por sua vez, delegou funções a uma empresa de produção, a Automática. Luiza Mello, responsável pela empresa contratada, argumenta que o projeto está sendo cumprido dentro do prazo estabelecido.

Alguns responsáveis pelas galerias reclamam sem necessidade. É sempre assim, estou acostumada a lidar com isso. Claro que ocorrem alguns problemas. É natural num projeto desse porte, mas estamos trabalhando sem parar para que tudo dê certo - garante Luiza.
Ricardo Rego, representante da Lurixis, que vai participar pela primeira vez de uma feira do porte da Arco, minimiza a polêmica:

Temos de aprender com os erros, mas a participação de todos é fundamental para o crescimento das artes visuais. Estaremos com obras de arte circulando pela Europa, satisfazendo a curiosidade internacional sobre o que produzimos aqui no país e abrindo portas.

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